terça-feira, 27 de março de 2012

Pesquisador cria nariz artificial capaz de identificar câncer pelo hálito


Pesquisadores israelenses desenvolveram um equipamento capaz de identificar sinais químicos de câncer por meio da avaliação do hálito. O estudo foi publicado de forma preliminar pelo British Journal of Cancer e tem à frente das pesquisas o professor Hossam Haick, do Technion – Israel Institute of Technology.

O “Nano Artificial NOSE” tem tecnologia semelhante a um bafômetro, e é capaz de perceber padrões de moléculas encontradas em pacientes que sofrem de tumores no pulmão e regiões do pescoço e cabeça.

O estudo contou com cerca de 80 voluntários, sendo que 46 deles sofriam de câncer nessas regiões, incluindo olhos e boca, e 36 eram saudáveis. O nariz artificial conseguiu distinguir as moléculas dos voluntários que tinham tumores das moléculas dos que não tinham.

A expectativa é que o aparelho possa ser mais bem desenvolvido para no futuro auxiliar no diagnóstico da patologia. Os especialistas envolvidos afirmam que ainda serão necessários alguns anos de estudo para o aprimoramento do equipamento.

Fonte: Odontomagazine apud Sinog

segunda-feira, 26 de março de 2012

Dica de “Buscador de Cursos”

As especializações oficiais podem ser complementadas também por cursos de aperfeiçoamento ou capacitações que ofereçam possibilidades de formação aos cirurgiões dentistas para atuação em protocolos multidisciplinares hospitalares.

O Portal da Medicina Oral tem se colocado como uma ferramenta de divulgação do máximo de cursos, mas, como este não é o objetivo principal do site, muitos bons cursos não são mencionados. Recentemente, encontrei um interessante local de divulgação de cursos denominado EducaEdu. Ele não se restringe a Odontologia, mas facilmente, através dos comandos auto-explicativos, se chega às pós-graduações que interessam aos Dentistas. Nos comandos os cursos podem ser visualizados por área, local e tipo de pós-graduação (existem até mesmo cursos a distância), facilitando a escolha de qual será a melhor opção para a carreira do profissional.

A necessidade de conhecimento para o profissional recém formado em Odontologia já é muito grande. Quando se deseja atuar em Medicina Oral e Odontologia Hospitalar a exigência é ainda maior, pois agrega saberes que não são nem mencionados na maioria das faculdades de Odontologia.

Concluindo, fica a dica do buscador de cursos  que pode ajudar os leitores do Portal da Medicina Oral, e os próprios coordenadores de cursos, no sentido de favorecer, aos futuros alunos, o acesso às melhores opções para as diferentes aptidões que os colegas queiram colocar em prática, seja na prática ambulatorial convencional ou no ambiente de alta complexidade.

Obs: no site são encontrados, entre outros, 2 cursos de Odontologia para Pacientes Especiais, 5 cursos de CTBMF, 6 de DTM e Dor Orofacial, diversos de Odontopediatria e 5 de Estomatologia ou Diagnóstico Bucal. Há até um curso on line de saúde bucal da gestante e do bebê.

domingo, 25 de março de 2012

Doenças mentais e tratamentos odontológicos



Segundo a Associação Americana de Deficiências Mentais e de Desenvolvimento (AAIDD, em inglês), deficiências mentais são caracterizadas por limitações significativas tanto nas funções intelectuais quanto na adaptação ao ambiente, prejudicando atividades cotidianas sociais e práticas. Tal condição influencia diretamente a saúde bucal, já que pessoas com transtornos mentais dependem quase que totalmente do apoio de familiares ou de alguém responsável para a realização dos procedimentos básicos de limpeza da boca.

Entretanto, nem sempre essa ajuda é completamente eficiente, já que algumas dificuldades podem comprometer mesmo a melhor das boas vontades. É nesse ponto que a presença e o acompanhamento de um profissional da Odontologia são essenciais para uma boa saúde.

O GRITO, de Edvard Munch
Informação e prevenção
Segundo o Dr. Marcelo Fúria César, supervisor do setor de Odontologia da AACD, a atuação do profissional da área em casos com pacientes com deficiência mental é, basicamente, a mesma da de pacientes comuns, mas com abordagens diferentes. Em ambos os casos, o foco do tratamento está na prevenção e na informação. "O odontologista tem um papel fundamental nessa conscientização, ensinando e orientando os familiares como lidar com essa dificuldade. Uma abordagem precoce é fundamental para a prevenção de problemas mais complicados", conta.

Mais do que isso, a cristalização de um hábito diário de higiene faz com que o próprio paciente acostume-se com esse tipo de estímulo, facilitando, cada vez mais, a escovação e ajudando a manter a saúde da boca. "Pacientes com deficiência mental ainda contam com o agravante de, em muitos casos, alimentarem-se exclusivamente de alimentos pastosos, que podem refugiar-se em locais de difícil acesso durante a escovação", explica o Dr. Fúria César.
Cabe ao odontologista fazer recomendações simples, mas que serão de grande ajuda para o cotidiano dos pacientes e de seus familiares. Alguns exemplos são o uso de escovas macias e bem pequenas - que facilitam o acesso às regiões mais difíceis e impedem que o paciente possa se machucar durante a escovação -, e a aplicação de uma quantidade pequena (do tamanho de uma ervilha) de creme dental, evitando, assim, o excesso de espuma que poderá atrapalhar a visão do cuidador ou ser engolido pelo paciente, ocasionando até engasgos.

Intervenção necessária
Porém, nem sempre essa prevenção é eficiente. Muitos pacientes acabam procurando ajuda especializada apenas após um quadro bastante avançado, quando já se faz imprescindível a intervenção do odontologista. No caso de doenças periodontais e cáries, o tratamento é semelhante a dos demais pacientes: são realizadas limpezas, extrações e outros procedimentos comuns. O que varia de um caso para o outro são alguns cuidados indispensáveis quando o paciente necessita de atenção especial. A possibilidade maior de engasgos com líquidos em pacientes com disfunções neuromotoras e os eventuais problemas em manter a boca aberta durante o tratamento, são alguns exemplos de dificuldades encontradas. Nesses casos, cabe ao odontologista manejar seus instrumentos com um cuidado especial.

A abordagem de pacientes com deficiência mental também precisa ser executada de forma diferenciada. Eles podem ser reativos a estímulos sensoriais (como ao barulho do motor de alta rotação e à dor repentina), podendo, até, apresentar reflexos bruscos involuntários. Para o Dr. Fúria César "[...] nessas situações, é necessária uma abordagem gradativa, visando fazer o paciente acostumar-se tanto com o cirurgião-dentista quanto aos procedimentos executados. Quando essa gradação não se mostra eficiente, é recomendado o uso de contenções físicas ou, em último caso, química (em ambiente hospitalar)".

Uma especialidade que merece atenção
Dados da OMS - Organização Mundial de Saúde apontam que mais de um bilhão de pessoas, 15% da população mundial, apresentam algum tipo de deficiência. Uma pesquisa recente, também divulgada pela OMS, constatou que 35 a 50% das pessoas com deficiência mental em países desenvolvidos não recebeu tratamento médico no ano anterior ao estudo. Esse número pode chegar a 76 e 85% em países em desenvolvimento.

Um dos culpados desse quadro pode ser a falta de atenção dada às especializações direcionadas a esses pacientes. No caso da Odontologia, não é diferente. A Dra. Adriana Zink, especialista em pacientes especiais e vencedora do VI Prêmio Orgulho Autista Brasil, constata: "Percebo que muitos colegas olham esse tipo de especialidade como importante, mas não lucrativa. O que é um preconceito". É com a popularização dessa área que um relativo avanço pode ser alcançado, e uma evolução da especialidade é obrigatória.

A Dra. Zink conta que, no caso de pacientes com autismo, sabe-se que 53,8% dos pacientes ainda são atendidos com anestesia geral por causa das alterações comportamentais e dificuldades de sociabilização. Para tentar mudar esse quadro, ela desenvolveu uma técnica de condicionamento e abordagem lúdica que, ela garante, tem bons resultados em substituir a sedação. "O melhor (dessa abordagem) é que eles são atendidos no consultório, perto de seus pais, sem anestesia geral e, com certeza, com um custo reduzido. A técnica de abordagem é tudo para esses pacientes. O ideal seria o treinamento dos cirurgiões-dentistas com esse tipo de técnica. Além de melhor aceitas pelos pais, são mais humanizadas. Hoje, todos estão muito atentos às melhorias na qualidade de vida. E devemos nos adequar a essa realidade", finaliza.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Manifestações bucais em pacientes com doenças gastrointestinais inflamatórias

Referência: RORIZ, Juliana Vargas. Manifestações bucais em pacientes com doenças gastrointestinais inflamatórias. 2008. 80 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Saúde)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.


Resumo: As manifestações bucais de doenças sistêmicas resultam da interação entre fatores locais e sistêmicos. Os tecidos bucais estão em continuidade física com os demais tecidos do corpo com os quais se relacionam pelas vias sanguínea, linfática e nervosa. “Doenças gastrointestinais inflamatórias” é uma expressão geralmente utilizada para definir um grupo de doenças inflamatórias intestinais na maioria das vezes, de causa desconhecida. São divididas em: Doença de Crohn (CD), colite ulcerativa (UC) e doença celíaca (DC). Estas alterações podem produzir manifestações bucais, muitas delas inespecíficas e que podem interferir na conduta do profissional de Odontologia e no estabelecimento do plano de tratamento. Este trabalho teve como objetivo principal avaliar as manifestações bucais de doenças gastrointestinais inflamatórias. Como objetivos específicos, o trabalho realizou anamnese e exame intrabucal para identificar as possíveis manifestações bucais das doenças gastrointestinais inflamatórias, já diagnosticadas em pacientes encaminhados pela clínica de Gastroenterologia do Hospital Universitário de Brasília. A amostra constituiu-se de 31 pacientes divididos em três grupos distintos: grupo 1, pacientes com doença de Crohn, grupo 2 com colite ulcerativa e o terceiro grupo com doença celíaca. Nos três grupos foi feita avaliação, através da anamnese, de: presença de disfagia, sensação de queimação, halitose, boca seca e alterações no paladar. No exame intrabucal foi observada a presença de úlceras, queilite angular e língua geográfica ou fissurada. Verificou-se, que 61,29% dos pacientes da amostra apresentaram alterações bucais avaliadas no exame clínico. Concluiu-se que, além de conhecer estas manifestações, é imprescindível a comunicação entre cirurgiões-dentistas e médicos gastroenterologistas a fim de proporcionar a promoção integral de saúde para estes pacientes.

quinta-feira, 22 de março de 2012

DOD e HUOL promovem II Encontro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial

O Programa de Residência em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, desenvolvido pelo Departamento de Odontologia (DOD) e Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN, inicia suas atividades este ano a partir de 18 de abril, com o II Encontro do Programa de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial. O evento será realizado entre os dias 18, 19 e 20 do mesmo mês.

Durante o evento serão ministradas palestras sobre cirurgias e traumatologias faciais que serão apresentadas pelos professores Márcio de Moraes, da Universidade de Campinas (UNICAMP), e Eider Guimarães Bastos, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Além dos seminários, os docentes falarão de suas experiências e realizarão cirurgias.

Serão três dias de evento em que alunos residentes poderão aprender e compartilhar conhecimento. Além dos estudantes da UFRN, discentes da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal do Piauí (UFPI) participarão do encontro.

O professor Adriano Rocha Germano, coordenador do Programa de Residência, explica a importância dessa ação. “Há um intercâmbio entre os residentes das universidades do Nordeste. E ele só favorece o aumento de conhecimento. São eventos que acontecem tanto no DOD, quanto no HUOL, voltados para esses alunos que estão terminando o curso”, disse.


Residência

O Programa de Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial foi implantado em 2010 e recebe anualmente dois bolsistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os alunos devem cumprir uma carga horária de treinamento de 8,6 mil horas, ou seja, três anos de duração.

Os professores que exercem as atividades durante esse período são vinculados ao Departamento de Odontologia e Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), na área de cirurgia.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Uso de serviços odontológicos por pacientes com síndrome de Down

Ana Cristina Oliveira; Dina Czeresnia; Saul Martins Paiva; Mônica Rodrigues Campos; Efigênia Ferreira. Uso de serviços odontológicos por pacientes com síndrome de Down. Rev. Saúde Pública 2008; 42(4):693-9.
 
Texto na íntegra AQUI.
  
RESUMO - OBJETIVO: Tendo como perspectiva a prática da integralidade, o objetivo do estudo foi analisar os fatores relacionados à atenção odontológica recebida por crianças e adolescentes com síndrome de Down. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 112 pares de mães com filhos sindrômicos de 3 a 18 anos, recrutados em ambulatório de genética de um hospital público, sem atendimento odontológico local, no Rio de Janeiro (RJ), 2006. Os dados foram coletados por meio de um questionário aplicado às mães e do exame bucal dos filhos. Para análise dos dados utilizou-se a regressão logística múltipla. Analisou-se a “atenção odontológica da criança ou adolescente com síndrome de Down”, em função de características demográficas, socioeconômicas e comportamentais. RESULTADOS: A maioria dos sindrômicos (79,5%) já tinha ido pelo menos uma vez ao dentista (IC 90%: 72,3; 87,8). A experiência odontológica das crianças foi associada às variáveis: mães que afirmaram receber orientação de algum profissional, que assiste seu filho, para que o levasse ao dentista (OR=6,1 [2,5; 15,1]), crianças/adolescentes com história prévia de cirurgia (OR=2,5 [0,9; 7,1]) e idade entre 12 e 18 anos (OR=13,1 [2,0; 86,9]). CONCLUSÕES: A atenção odontológica recebida pelas crianças e adolescentes com síndrome de Down foi relacionada à orientação dos profissionais de saúde que os assistem, caracterizando um atendimento integral por parte da equipe de saúde. DESCRITORES: Síndrome de Down. Saúde Bucal. Assistência Odontológica para Pessoas Portadoras de Deficiências. Assistência Integral à Saúde. Estudos Transversais.

21 de Março - Dia Nacional e Internacional da Síndrome de Down

ORIGEM DA DATA

Instituído em 2006, o dia 21 de março foi escolhido como o Dia Internacional da Síndrome de Down.
A Síndrome de Down é definida como acidente genético causado pela alteração de um dos pares de cromossomos da célula humana, o de número 21.

 Melhor explicando: toda pessoa possui 23 pares de cromossomos, num total de 46. Porém, a pessoa com Síndrome de Down tem 47 cromossomos, por possuir um a mais no “par” número 21 (que, em face disso, passa a ter 3 cromossomos). Assim, fica fácil memorizar o dia 21, do mês 3.

A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou resolução que designa o dia 21 de março como Dia Mundial da Síndrome de Down. A III Comissão da Assembléia Geral das Nações Unidas (AGNU) adotou, por consenso, o projeto de resolução apresentado pelo Brasil, intitulado “World Down Syndrome Day” (Dia Mundial da Síndrome de Down). A data será comemorada Internacionalmente a partir de 2012. A ONU propôs que os Estados membros comemorassem com a adoção de medidas para promover maior conhecimento sobre a Síndrome de Down.

A iniciativa contou com expressivo apoio dos Estados membros, inclusive por parte dos países europeus, que, tradicionalmente, opõem-se a iniciativas de dias internacionais. A resolução deverá auxiliar na promoção de maior conhecimento e visibilidade da Síndrome de Down, assim como para a promoção da autonomia individual e independência de pessoas com deficiência•.

HISTÓRIA

A primeira descrição médica da Síndrome ocorreu apenas no século XIX.
Em 1862, o médico britânico John Langdon Down descreve a síndrome baseado nas teorias racistas da época, ele atribui a causa a uma degeneração, que fazia com que filhos de europeus se parecessem com mongóis e sugere que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais. Apesar do tom racista de Down, ele recomendava que as pessoas com a síndrome fossem treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva.

Por muitos anos, os pais de crianças com Síndrome de Down recebiam a recomendação de entregar as crianças a instituições que cuidavam dos portadores por toda a vida.
O termo foi referido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961. Era, até a data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por Down na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos da Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongolóide dada aos portadores da síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se tornou banida no meio científico.

DOWN NÃO É DOENÇA

A síndrome de Down não uma doença. É uma ocorrência genética natural que no Brasil acontece em 1 a cada 700 nascimentos e está presente em todas as raças. Por motivos ainda desconhecidos, durante a gestação as células do embrião são formadas com 47 cromossomos no lugar dos 46 que se formam normalmente.

O material genético em excesso (localizado no par de número 21) altera o desenvolvimento regular da criança. Os efeitos do material extra variam enormemente de indivíduo para indivíduo, mas pode-se dizer que as principais características são os olhinhos puxados, o bebê ser mais molinho, e o desenvolvimento em geral se dar em um ritmo mais lento. Com apoio para seu desenvolvimento e a inclusão em todas as esferas da sociedade, as pessoas com síndrome de Down têm rompido muitas barreiras. Em todo o mundo, e também aqui no Brasil, há pessoas com síndrome de Down estudando, trabalhando, vivendo sozinhas, escrevendo livros, se casando e até chegando à universidade.

Síndrome de Down ou Trissomia do cromossoma 21 é um distúrbio genético causado pela presença de um cromossomo 21. Pessoas com síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de retardo mental leve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo. É o distúrbio genético mais comum, estimado em 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Uma pessoa com a síndrome pode apresentar todas ou algumas das seguintes condições físicas: olhos amendoados, uma prega palmar transversal única (também conhecida como prega simiesca), dedos curtinhos, fissuras palpebrais oblíquas, ponte nasal achatada, língua protrusa (devido à pequena cavidade oral), pescoço curto, pontos brancos nas íris conhecidos como manchas de Brushfield, uma flexibilidade excessiva nas articulações, defeitos cardíacos congênitos, espaço excessivo entre o hálux e o segundo dedo do pé.

É importante observar que características comuns da síndrome de Down também estão presentes em pessoas com um padrão cromossômico normal. Elas incluem a prega palmar transversa (uma única prega na palma da mão, em vez de duas), olhos com formas diferenciadas devido às pregas nas pálpebras, membros pequenos, tônus muscular pobre e língua protrusa. Os afetados pela síndrome de Down possuem maior risco de sofrer defeitos cardíacos congênitos, doença do refluxo gastroesofágico, otites recorrentes, apnéia de sono e disfunções da glândula tireoide.

As crianças com síndrome de Down encontram-se em desvantagem em níveis variáveis face a crianças sem a síndrome, já que a maioria dos indivíduos com síndrome de Down possuem retardo mental de leve (QI 50-70) a moderado (QI 35-50), com os escores do QI de crianças possuindo síndrome de Down do tipo mosaico tipicamente 10-30 pontos maiores. Além disso, indivíduos com síndrome de Down podem ter sérias anomalias afetando qualquer sistema corporal.

Outra característica frequente é a microcefalia, um reduzido peso e tamanho do cérebro. O progresso na aprendizagem é também tipicamente afetado por doenças e deficiências motoras, como doenças infecciosas recorrentes, problemas no coração, problemas na visão (miopia, astigmatismo ou estrabismo) e na audição.
Apesar da aparência às vezes comum entre pessoas com síndrome de Down, é preciso lembrar que o que caracteriza realmente o indivíduo é a sua carga genética familiar, que faz com que ele seja parecido com seus pais e irmãos.

ABORDAGEM TERAPÊUTICA

Vários aspectos podem contribuir para um aumento do desenvolvimento da criança com síndrome de Down: intervenção precoce na aprendizagem, monitorização de problemas comuns como a tiróide, tratamento medicinal sempre que relevante, um ambiente familiar estável, práticas vocacionais, são alguns exemplos. Por um lado, a síndrome de Down salienta as limitações genéticas e no pouco que se pode fazer para sobrepô-las; por outro, também salienta que a educação pode produzir excelentes resultados independentemente do início. Assim, o empenho individual dos pais, professores e terapeutas com estas crianças pode produzir resultados positivos.

AS CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN FREQUENTEMENTE APRESENTAM:

-redução do tônus dos órgãos fonoarticulatórios e, consequentemente, falta de controle motor para articulação dos sons da fala;

-um atraso no desenvolvimento da linguagem. O fonoaudiólogo é o terapeuta responsável por adequar os órgãos responsáveis pela articulação dos sons da fala além de contribuir no desenvolvimento da linguagem.

A criança com Down precisa participar da vida da família como as outras crianças, sendo tratada como as outras crianças. Podem estudar, trabalhar, e, quando adultas, viver sozinhas, podem se casar e ir à universidade.

APRENDIZAGEM

O preconceito em relação aos portadores da Síndrome de Down no passado, fez com que essas crianças não tivessem nenhuma chance de se desenvolverem. Pais e professores não acreditavam na possibilidade da alfabetização. 

Hoje, o aluno com Síndrome de Down apresenta dificuldades em decompor tarefas, juntar habilidades e ideias, reter e transferir o que sabem se adaptar a situações novas, e, portanto todo aprendizado deve sempre ser estimulado a partir do concreto necessitando de instruções visuais para consolidar o conhecimento. 

Uma maneira de incentivar a aprendizagem é o uso do brinquedo e de jogos educativos, tornando a atividade prazerosa e interessante. O ensino deve ser divertido e fazer parte da vida cotidiana, despertando assim o interesse pelo aprender. 

O processo de aprendizagem a criança com Síndrome de Down deve ser reconhecida como ela é: SER DIFERENTE É NORMAL