Conforme publicado pelo colega José Carlos Faria Lago, no grupo "Medicina Oral e Odontologia Hospitalar" do Facebook
O ENSINO ODONTOLÓGICO: uma opinião
27 de fevereiro de 2012
Não pode ser esquecido que as áreas odontológica e médica sustentam-se em alicerces comuns, indissociáveis por princípio. O desenvolvimento da ciência odontológica evoluiu a um patamar que lhe conferiu luz própria, levando-a a afastar-se erroneamente do tronco comum ao construir um modelo descompromissado com o sistema do qual faz parte; na mesma proporção em que a medicina gerou a ilusão do Homem sem boca, nasceu a boca sem Homem da odontologia, como bem lembrou Arellano em 2002 em um bem estruturado artigo sobre posturologia. Como sempre, exceções pontuam aqui e ali, graças aos esforços de profissionais notáveis de algumas especialidades que compreendem o caráter uno da natureza humana.
Esta dicotomia recorrente viceja como praga, inclusive no meu quintal, a Ortodontia, onde mais uma cisão acontece, dando-me um trabalho enorme mantê-lo limpo para apresentá-lo sem os miasmas do preconceito a meus alunos. Esta área do conhecimento também está dividida, de um lado pelo modelo mecanicista da ortodontia, com seu foco dento-alveolar, do outro, pelo modelo funcionalista da ortopedia, com sua preferência músculo-esqueletal. Esta separação –ou mesmo tendência de priorização- refletida no ensino empobrece a ambos, sob quaisquer aspectos de abordagem, constituindo-se em uma falha grave na formação acadêmica de nossos jovens profissionais. Estes não têm culpa pelo partidarismo ideológico dominante que dita o que devem saber e patrulha o que convém ignorar. No mínimo, deveria ser-lhes permitido optar!
Não compartilho deste enfoque, e afirmo-lhes que é riquíssimo o acervo de recursos terapêuticos oferecidos pela síntese destes modelos que somam, interagem e se completam quando oportunamente empregados. Detenho-me com mais detalhes no texto “Meus princípios terapêuticos”, que pode ser encontrado, por aqueles que se interessarem, no meu site. Fronteiras, colegas, não devem fazer parte de nosso vocabulário, pois limitam a visão e a amplitude do vôo.
Abraços a todos
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