quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Revisão da Resolução 196/96 - CNS/MS: PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOSS

Repasso e-mail recebido do colega Paulo S. S. Santos, de suma importância para quem atua com pesquisa:
Prezados,
No dia 10 de novembro  encerrou-se a Consulta Pública que propõe a revisão da Resolução 196/96 - CNS/MS.
Após criteriosa avaliação dessa consulta pública, a SBBPC entende que o texto proposto não é suficiente para esclarecer as regras de execução de todas as possíveis pesquisas envolvendo os seres humanos. Sugerimos, então, que se faça uma discussão mais ampla e representativa sobre o tema, na qual nossas contribuições ao sistema ético brasileiro possam ser mais explícitas, não se restringindo a meras correções de alguns parágrafos apresentados em texto pré-definido pela consulta pública. Estimulamos a ampla manifestação de todos os envolvidos, direta ou indiretamente com o processo de pesquisa clínica.
A SBPPC criou um espaço para que as pessoas que estejam de acordo com a abertura de um  Fórum de discussão sobre a Resolução 196/96 possam se manifestar. Precisamos de assinaturas para levar a proposta ao Ministério da Saúde.

O link é: http://www.sbppc.org.br/site/index.php?option=com_wrapper&Itemid=28. Contamos com vocês e agradecemos a colaboração e divulgação!
Greyce Lousana
Presidente Executiva SBPPC

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Convite para o Encontro do GEMOOH do CRO-RN de Dezembro de 2011: "Odontologia para Pacientes Portadores de Necessidades Especiais ao nosso alcance"


A Dra. Átila Dantas será a palestrante do encontro do GEMOOH em dezembroA próxima reunião do GEMOOH acontece no dia 6 de dezembro, a partir das 19 horas, no auditório do CRO-RN. 

A palestra do próximo encontro dos participantes do grupo será "Odontologia para Pacientes Portadores de Necessidades Especiais ao nosso alcance", com a Dra. Áquila Dantas.


A palestra da Dra. Diana Rosado Lopes sobre “Odontologia com equipamento portátil para Hospitais, Domicílios e Hoteis para Idosos” anteriormente prevista, será apresentada em outra data a ser definida.

FONTE: site do CRO-RN

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

II Simpósio Latinoamericano de Tratamento do Câncer de Cabeça e Pescoço e Câncer de Pulmão

Conforme enviado por email pelo colega Paulo S.S.Santos, DIVULGO AQUII:

Participe do II Simpósio Latino Americano de Tratamento de Câncer e Pescoço e Câncer de Pulmão, realizado pelo Hospital A.C Camargo, entre os dias 01 e 03 de dezembro, no Hotel Tivoli Mofarrej.

Veja nos links que seguem a ficha de inscrição convencional   (para a ssociados da APCD, há desconto na adesão, basta prencher a ficha de inscrição para associados) e o folder com a programação do evento.



domingo, 27 de novembro de 2011

Especialização em Estomatologia da FO/UFRJ turma 2012

Conforme postado por Paulo Pimentel, em

Recebido pelo SOBELIST e repassado a todos.
______________
Prezados colegas,
estão abertas as inscrições para o curso de especialização em estomatologia da FO/UFRJ turma 2012 .O edital pode ser acessado pelo site: www.odontologia.ufrj.br ou solicitado  pelo e-mail da coordenação do curso: estomatologiaesp@odonto.ufrj.br
Atenciosamente.
Maria Elisa Janini

ABRALE: Apoio ao paciente com Linfoma e Leucemia

Conforme postado por Paulo Pimentel, no Blog "Portal da Medicina Oral"

ABRALE - Página inicial
No site da ABRALE veja o link sobre o atendimento odontológico ao paciente oncohematológico.
Imperdíveis dicas na entrevista dos Profs. Paulo Santos e Rosana Claudia Scramin Wakim do Comitê de Odontologia da ABRALE.

sábado, 26 de novembro de 2011

Reunião do Grupo de Estudos em Odontologia Hospitalar - APCD Central de novembro de 2011

Conforme divulgado pelo colega Paulo S.S.Santos, em 24 de Novembro de 2011, no grupo “Odontologia do Brasil" do Facebook:

Reunião do Grupo de Estudos em Odontologia Hospitalar - APCD Central
Data: 28/11/2011 - 20hs - APCD Central
Tema: Odontologia Hospitalar - Experiência da equipe do Hospital Premier
Palestrantes: Dr. Victor Rogério e Dra. Monira Kallas

Dia Nacional do Doador de Sangue - 25 de Novembro

Na semana de 25 de novembro são realizadas anualmente campanhas e programas de incentivo à doação de sangue. Esta semana faz parte da estratégia do governo para o Brasil atingir a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) para um país manter os estoques regularizados.

Os principais serviços de coleta de sangue sempre realizam atividades para aumentar o número de doações. Portanto, a criação da Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue vem oficializar e ampliar uma prática já legitimada pela sociedade.

O que a OMS recomenda?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a meta ideal é que de 3% a 5% da população doe sangue anualmente, para que seja mantido um estoque nacional abastecido. Atualmente o percentual de brasileiros doadores varia entre 1,76% a 1,78% todos os anos.

Que tal começar a doar?
Doar sangue é seguro e quem doa uma vez, não é obrigado a doar sempre. No entanto, é muito importante que pessoas saudáveis doem regularmente.

Quem pode doar? Quais as recomendações?
- Ter entre 16 e 67 anos (menores de 18 devem estar acompanhados dos pais ou portar autorização registrada em cartório);
• Apresentar documento oficial com foto (pode ser carteira de identidade, de habilitação, entre outros)
• Ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior à doação;
• Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 24 horas antes da doação;
• Gozar de boa saúde (avaliação médica no Hemocentro);
• Estar alimentado;
• Não estar em uso de medicamentos;
• Pesar acima de 50 quilos (descontar vestuário);
• Não ter colocado piercing ou feito tatuagem nos últimos doze meses; • Não ter realizado endoscopia nos últimos doze meses;
• Evitar fumar 2 horas antes da doação.

Quem não pode doar?
• Quem foi diagnosticado com hepatite após os 10 anos de idade;
• Portadores de doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas etc ;
• Usuários de drogas;
• Pessoas que tiveram relação sexual de risco.

Algumas situações que impedem provisoriamente a doação de sangue

1. Febre - acima de 37°C
2. Gripe ou resfriado
3. Gravidez atual (90 dias após o parto normal e de 180 dias após a cesariana) Amamentação (até 1 ano após o parto)
4. Uso de alguns medicamentos
5. Anemia
6. Cirurgias
7. Extração dentária 72 horas
8. Tatuagem: 01 ano sem doar
9. Vacinação: o tempo de impedimento varia de acordo com o tipo de vacina
10. Transfusão de sangue: impedimento por 01 ano

O que ocorre após a doação?
Após a doação, recomenda-se evitar pelas próximas 12 horas atividades como pilotar aeronaves, conduzir veículos pesados, praticar esportes radicais ou de alta intensidade.
O doador recebe um lanche oferecido no posto de coleta e são passadas instruções e orientações. Seu sangue será analisado e posteriormente poderá receber os resultados. O sangue doado é separado em partes (hemácias, plaquetas, plasma) que podem beneficiar vários pacientes, salvando até 8 vidas em um simples gesto.

O que é feito com o sangue após a doação?
1 -Fracionamento: A bolsa de sangue total é centrifugada e separada em 03 componentes:
Concentrado de hemácias, Concentrado de plaquetas, Plasma
2- Exames laboratoriais: são realizados exames para determinação do Grupo sanguíneo e para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue.
3- Liberação da bolsa - após a realização dos exames laboratoriais, a bolsa de sangue é liberada para transfusão.
4- Transfusão - o sangue é utilizado principalmente nas grandes emergências (acidentes de trânsito, por armas, hemorragias agudas etc), nas cirurgias e em pacientes com doenças oncológicas e hematológicas.

Não esqueça : Você pode doar sangue durante todo o ano. Salve vidas!

Fonte: Editoria HelpSaúde.

ETIMOLOGIA E ABREVIATURAS DE TERMOS MÉDICOS

Um livro ou guia que pode ser interessante. Divido com vocês.


Adriane Pozzobon
Rua Avelino Tallini, 171 - CEP 95900-000.  Lajeado-RS.
  (51) 9913-2336.
adripozz@yahoo.com.br
pozzobon@univates.br

CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO
Este livro é sobre conhecimento e comunicação. Em primeiro lugar, trata da facilidade da compreensão da linguagem biomédica por meio do estudo das raízes gregas e latinas das palavras. Sabemos que o acesso ao significado de doenças, exames e nomenclatura anatômica pela Internet é extremamente rápido e eficiente; mas aqui se trata da multiplicação do saber e do aprendizado permanente de uma forma construtiva e de controle de um universo de palavras quase sempre não dominado por todos. Ao nos aproximarmos desse universo, poderemos inferir o significado de uma palavra mesmo sem conhecê-la, e isso pode nos proporcionar resultados positivos em avaliações, concursos, entrevistas e na relação profissional. Isso nos traz destaque e valorização. Daremos exemplos: 1) se soubermos o que é ctomia ou tomia, saberemos nos aproximar dos significados de: colostomia, mastectomia, esplenectomia, colicistectomia etc.; 2) o étimo condro significa cartilagem; então, palavras como condromalacia, osteocondrite, condroblastos, condropatia e sincondrose estão relacionadas a esse significado.; 3) a raiz angio quer dizer vaso (linfático ou sanguíneo), então novamente: angioressonância, linfangioma, angioma, coronarioangiografia etc.; 4) o étimo úria significa urina, ou o que compõe a urina; então como ficaria o termo proteína na urina? Ou glicose na urina? Ou se o paciente urina pouco? Proteinúria, glicosúria e oligúria; 5) dis no início das palavras biomédicas quase sempre quer dizer mal funcionante: dislalia, disfagia, discinesia, dispneia, disenteria etc. Assim se multiplica o saber!

Em segundo lugar este livro trata de forma de comunicação na área das ciências exatas: abreviaturas, siglas e o sistema internacional de unidades (SI). A chamada cultura metrológica vem se tornando uma estratégia de organizações empresariais, acadêmicas, técnico-científicas e da área médico-clínica para aumentar a produtividade e a qualidade de produtos e serviços, reduzir custos e tempo. O estudo e o conhecimento da forma oficial de apresentação de siglas, símbolos e abreviaturas são indispensáveis para qualquer atividade na área biomédica. Erros médicos podem ser evitados; teses, relatórios, laudos e dissertações podem ser corretamente redigidas sem o risco de desclassificação ou mal interpretação de dados e informações.

Existe vasta produção de artigos sobre erros médicos (iatrogênicos) causados por escrita não legível, emprego errado de abreviaturas e uso de abreviaturas com significados ambíguos, levando a frequentes mal interpretações da forma escrita e também da oral.

Exemplos de abreviaturas e símbolos na área clínica nos Estados Unidos que foram mal interpretados: 1) “HCT250 mg” estava prescrito como hidrocortisona (hydrocortisone) 250 mg, mas foi erradamente lido como hidroclorotiazida (hydrochlorothiazide) 50 mg: HCTZ50 mg. Uma enfermeira transcreveu uma ordem oral para o antibiótico aztreonam como AZT (antibiotic aztreonam), o que foi subsequentemente considerado como droga antiviral zidovudine (antiviral drug zidovudine). Outros exemplos perigosos: 1.0 mg não deve ser escrito com ponto, e sim 1 mg (e sempre com espaçamento entre o número e a unidade), pois o ponto decimal pode não ser legível ou lido, levando facilmente a uma super dosagem. A abreviatura “U” de unidade deve ser sempre maiúscula, pois em minúscula pode ser interpretada como zero, quatro ou seis.

As formas oficiais de unidades e de medidas do SI e abreviaturas que devem ser usadas e as que não são indicadas são mostradas neste livro. Ainda: Você sabe qual sistema empregou ou empregará em sua tese, dissertação ou em seu próximo livro? Vancouver ou Harvard? Por quê? Você sabe o que é DOI e a sua importância na área das publicações e editorações? Você sabe como inserir na lista bibliográfica uma fonte retirada de um blog ou de um site? Enfim, por sua importância e sua abordagem didática e acessibilidade, este livro deve ser considerado como um instrumento valioso de permanente consulta e aprendizado.

Apesar do cuidado em adicionar o máximo de abreviaturas e siglas, é possível que este livro não esteja completo, pois podem ter surgido novas representações durante o seu processo de publicação.

A autora

Inca divulga perfil do câncer para 2012

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), do Ministério da Saúde, divulgou nesta quinta-feira (24.11.11) a publicação Estimativa 2012 – Incidência de Câncer no Brasil. O estudo, que serve para orientar as políticas públicas para o setor, aponta uma estimativa de 520 mil casos novos da doença para o próximo ano. Sete novas localizações de câncer entraram no ranking dos tumores mais frequentes do país.

As estimativas destacam os tipos mais incidentes nas regiões brasileiras, caso do câncer de pele não melanoma, próstata, mama e pulmão. “A divulgação das estimativas disponibiliza aos gestores de saúde e, especificamente, aos da atenção oncológica, informações fundamentais para o planejamento das políticas públicas de forma regionalizada”, diz o diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini. Desconsiderando o câncer de pele não melanoma – tumor com baixa letalidade -; entre o sexo masculino o câncer de próstata permanecerá como o mais comum, seguido pelo de pulmão, cólon e reto, estômago, cavidade oral, laringe e bexiga.

Já nas mulheres, a glândula tireoide, de modo inédito, aparece no quinto lugar geral, atrás do câncer de pele não melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto. Na seqüência, vêm os tumores de pulmão, estômago e ovário. “A melhoria na qualidade dos exames de investigação em casos suspeitos, contribui para a exatidão do diagnóstico do câncer da tireoide.  Isso se reflete no aumento do número de casos desse tipo de tumor.”, diz a responsável pelo serviço de endocrinologia do INCA, Rossana Corbo.

A novidade dessa edição é que foram incluídas sete novas localizações de tumores no estudo: bexiga, ovário, tireoide (nas mulheres), Sistema Nervoso Central, corpo do útero, laringe (nos homens) e linfoma não Hodgkin – os dois últimos muito noticiados recentemente por terem acometido, respectivamente, o ex-presidente Lula, o ator Reynaldo Gianecchini e a presidente Dilma Rousseff.

Os especialistas consideram as estimativas a principal ferramenta de planejamento e gestão da saúde pública na área oncológica no Brasil. Isso porque fornecem as informações necessárias para a elaboração das políticas públicas de saúde voltadas para o atendimento da população.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

FÓRUM DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR DA JUORN, NATAL-RN

HORÁRIO: 08h30min – 11h00min
DIA: 26/11/2011 – SÁBADO

PRESIDENTE:
PROF. DR. JOSÉ SANDRO PEREIRA DA SILVA
Prof. Doutor da Área de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilofacial UFRN

PALESTRANTES:
PROF. DR. ADRIANO ROCHA GERMANO
Especialista, Mestre e Doutor em CTBMF – UNICAMP, Professor Adjunto IV Da Área de CTBMF – UFRN, Professor do programa de Mestrado em Odontologia – UFRN, Coordenador do Programa De Residência em CTBMF– DOD/HUOL-UFRN

DRA. DIANA ROSADO LOPES
Formada pela UFRN, Especialista em Periodontia (ABO), Pós-graduada em Odontologia Hospitalar na USP, Mestre em Ciências – USP, Presidente da Comissão de Medicina Oral e Odontologia Hospitalar do CRO‐RN.

DR. ÉRICO DE LIMA VALE
Formado pela UFRN, residência na USP- Ribeirão Preto em Nefrologia com especialização em Unidade de Terapia Intensiva, médico do SAMU, com atuação em UTI.


TEMAS:
08h30min – 09h00min – O CIRURGIÃO BUCOMAXILOFACIAL E SUA ATUAÇÃO HOSPITALAR - Prof. Dr. Adriano Rocha Germano

09h05min – 09h35min
PAPEL DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO APOIO A PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADES HOSPITALARES - Dra. Diana Rosado Lopes

09h40min–10h30min
A ODONTOLOGIA FAZENDO PARTE DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - Dr. Érico de Lima Vale

10h30min–11h00min – DISCUSSÃO

Desafios da Odontologia no Sistema único de Saúde: Experiência do Grupo Hospitalar Conceição

RECEBIDO POR E-MAIL REPASSANDO A VOCÊS:

O GHC, Grupo Hospitalar Conceição promove um evento onde haverá um fórum de discussão sobre Odontologia Hospitalar o qual gostaria convidá-lo.
Atenciosamente
Jacqueline Webster
Odontologia Hospitalar –HCC
Contatos: (51) 33572192 e  (51) 91214397


Seminário de Envelhecimento Humano e Saúde

Recebido por e-mail pelo Professor Kenio Lima, dos Programas de Pós-graduação em Odontologia Preventiva e Social, do Departamento de Odontologia da UFRN. e em Saúde Coletiva, do Centro de Ciências da Saúde da UFRN.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

RESOLUÇÃO CFO-102/2010: Proíbe o uso indiscriminado de Raio X

Divulgado no grupo "Odontologia do Brasil" do Facebook, pelo colega Marcos Santana:

Acesse AQUI o arquivo original:


12 de maio de 2010
RESOLUÇÃO CFO-102/2010
Proíbe o uso indiscriminado de Raio X.

O Presidente do Conselho Federal de Odontologia, no exercício de suas atribuições regimentais, cumprindo deliberação do Plenário, em reunião realizada no dia 04 de fevereiro de 2010, e
CONSIDERANDO as prerrogativas do cirurgião-dentista previstas na Lei Federal nº 5081/66 que regula o exercício da Odontologia;
CONSIDERANDO o disposto na Resolução CFO nº 020/2001 que normaliza perícias e auditorias odontológicas em sede administrativa;
CONSIDERANDO os termos da Lei Federal nº 9656/98 que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde;
CONSIDERANDO o previsto no Código de Ética Odontológica, Capítulo II, artigo 5º, incisos V e IX;
CONSIDERANDO o disposto no artigo 7º, Capítulo V, do Código de Ética Odontológica;
CONSIDERANDO os termos da Portaria ANVISA 453/98, Capítulo II, itens 2.2, 2.3 e 2.5;
CONSIDERANDO o inciso I, do artigo 4º, Capítulo II – Da Política Nacional de Relações de Consumo, do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990);
CONSIDERANDO o inciso I, artigo 6º, Capítulo III – Dos Direitos Básicos do Consumidor, do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990);
CONSIDERANDO o artigo 8º, da Seção I – Da Proteção à Saúde e Segurança, do Capítulo IV – Da qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção e da Reparação de Danos, do Código de Defesa do Consumidor (Lei Federal nº 8.078/1990); e,
CONSIDERANDO a Resolução CONSU 08, de 04.11.1998,

RESOLVE:
Art. 1º. Fica vedado o uso indiscriminado de Raio X com finalidade, exclusivamente, administrativa em substituição à perícia/auditoria e aos serviços odontológicos.
Art. 2º. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação na Imprensa Oficial, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2010.
JOSÉ MÁRIO MORAIS MATEUS, CD
SECRETÁRIO-GERAL
AILTON DIOGO MORILHAS RODRIGUES, CD
PRESIDENTE

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

VI Fórum do Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil

  •  
     
    Programação:
    8:30 - Credenciamento
    9:00 - Abertura
    9: 30 - Neuroblastoma: Diagnóstico e Tratamento
                     Dra. Eliana Caran - Oncopediatria/GRAACC-SP
    10:00 - Coffee Break
    10:20 Abordagem Cirúrgica no Paciente Oncológico
                     Dra. Simone Abib - Oncopediatria/GRAACC-SP
    11:30 às 14:00 - almoço
    14:00 - Sarcoma de Partes Moles: Diagnóstico e Tratamento
                     Dra. Eliana Caran - Oncopediatria/GRAACC-SP
    14:40 - Urgência no Paciente Oncológico: Abordagem da Enfermagem
                         Larissa Anielle Alves da Cruz - Enfermeira do Oncocentro/Professora UFRN
    15:20 - Coffee Break
    15:40 - A Importância da Equipe Multidisciplinar no Tratamento
                         Juliana Barbalho - Psicóloga da Casa Durval Paiva - Natal/RN
                        Cinthia Moreno - Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva - Natal/RN
                        Alessandra Ferreira - Terapeuta Ocupacional da Casa Durval Paiva

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O desafio da construção de um novo modelo de atenção à saúde bucal

Postado em Paulo Pimentel,  no blog Portal da Medicina Oral

O desafio da reestruturação da Odontologia com maior valorização das áreas da Medicina Oral tem sido trazido à tona pela atuação dos departamentos de Odontologia das entidades médicas (DOEM), pelos Ministérios da Saúde (MS) e Educação (MEC) através das Residências Multiprofissionais, pelas Comissões de Medicina Oral e Odontologia Hospitalar dos Conselhos Regionais de Odontologia (CMOH-CROs), pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), pelas entidades representativas das especialidades odontológicas, pelas entidades acadêmicas da Odontologia e por associações diversas interessadas no tema, como a Associação Brasileira de Odontologia Hospitalar (ABRAOH) e a Sociedade Brasileira de Medicina Oral (SBMO).
Cada entidade possui suas preferências, seus modelos de transformação profissional, de atuação profissional, de vinculação acadêmica e de criação de um espaço onde a Odontologia tenha uma maior valorização de seu trabalho, no qual não apenas os dentes, gengivas e a boca sejam o foco do seu modus operandi. Assim, é natural que apareçam divergências de pensamento e de atitude para levar adiante este processo de mudança e crescimento profissional.

DEPARTAMENTOS ODONTOLÓGICOS DE ENTIDADES MÉDICAS
Os DOEM, tendem a divulgar e privilegiar as atuações ligadas às sociedades que lhes abriga. As vantagens desta visão estão na sua relação direta com as entidades que regulam a atuação médica e que, por este motivo, possuem força política e institucional, além de propiciar contato direto com os futuros referenciadores de pacientes e espaço profissional. Através das entidades médicas os DOEM possuem imenso valor ao agregar os pontos de vista de quem vive a realidade interdisciplinar e pode contribuir na construção de um novo modelo de Odontologia focada nos protocolos e parcerias. Alguns destes DOEM têm proposto a criação de certificações da atuação odontológica dentro destas sociedades ou associações médicas. Sua maior desvantagem, está no fato de haver um desligamento dos conceitos legais que regem a atividade profissional do Cirurgião Dentista, dificultando, por exemplo, a certificação perante o órgão regulador da profissão, o CFO. Outra desvantagem que esta visão apresenta é a existência de pelo menos 30 entidades médicas que podem abrigar os DOEM, o que pode provocar, uma fragmentação das visões e possibilidade de embates futuros, se todas resolverem seguir o mesmo caminho de autocertificação. Por exemplo, em um caso de um paciente idoso, cardiopata, nefropata, diabético, obeso, apneico e portador de câncer que esteja internado no CTI com uma lesão em mucosa oral, deveremos ter um odontogeriatra, um odontocardiologista, um odontonefrologista, um odontoendocrinologista, um CD que atue em odontologia do sono, um odontointensivista e um estomatologista para atendê-lo?

RESIDÊNCIAS MULTIPROFISSIONAIS
A visão das autoridades de saúde pública foi motivada, em grande parte, pelos profissionais e acadêmicos oriundos do sanitarismo ou com formação em saúde coletiva ligados à Medicina, Odontologia e demais segmentos, com foco nas ações multiprofissionais. Assim o MS e o MEC referendaram o modelo das Residências Multiprofissionais (RMs), que valorizam a formação de grupos de trabalho em determinadas áreas que demandem a integração de conhecimentos e ações pertinentes a profissionais de formações diversas. Há hoje RMs com foco em Oncologia, Pediatria, Cuidados Intensivos, Cardiologia, Saúde Pública e propostas de criação de RMs e outras áreas onde cuidados interdisciplinares são essenciais. A maior vantagem desta formação é a possibilidade do aprendizado em serviço, da remuneração, do grande tempo oferecido e da visão interdisciplinar. As desvantagens são a falta de padronização, a inexistência da regulação pelo CFO e a possibilidade de competição a ser gerada com os especialistas já reconhecidos em Pacientes Especiais, Odontogeriatria, Especialistas em DTM-Dor Orofacial, Periodontia, Estomatologia e Odontopediatria, todas estas atuantes em áreas multiprofissionais. Afinal, como serão, por exemplo, os futuros critérios de admissão nos editais para o serviço público e órgãos acadêmicos? Se os editais privilegiarem os CDs que já possuem RMs haverá críticas do CFO, se privilegiarem os especialistas (do CFO) o MS e MEC serão desprestigiados. Outro problema semelhante citado acima com os DOEM poderá acontecer aqui, pois todas as áreas médicas são essencialmente multiprofissionais e assim poderão, no futuro, existir diversas RMs diferentes, cada uma com sua regra e padrão próprio.

COMISSÕES ESTADUAIS DE MO-OH DOS CROs
As CMOH-CROs, realizaram seu primeiro fórum em julho de 2011, durante o XX CIORJ, com o objetivo de discutir o problema da habilitação para a atuação odontológica na alta complexidade e em outros espaços onde existam necessidades baseadas nos protocolos da Medicina Oral. Foram apresentadas propostas para a viabilização de uma pós-graduação com uma base acadêmica e técnica que ofereça conhecimento médico e multiprofissional geral e vivências ao aluno. Através desta formação o corpo discente terá tido contato, tanto em nível terciário quanto nos níveis primário e secundário, com a experiência de promoção de saúde, limitação do dano e cuidados reabilitadores com os pacientes com comprometimento bucal e sistêmico. Tem a vantagem de propiciar o atendimento aos diversos tipos de problemas médicos com interesse na saúde pública, oferecendo a possibilidade de raciocínio fisiopatológico como base das condutas a serem estabelecidas, independente do órgão e sistemas afetados (e.g. o controle da candidose independe do paciente ser imunocomprometido, de ter câncer, de ser transplantado, de estar no CTI, de estar em internação domiciliar ou de estar em atendimento no posto de saúde). Tem ainda a vantagem de estimular a hierarquização de procedimentos na atenção à saúde bucal, fazendo com que a visão hospitalocêntrica seja substituída pelo atendimento interligado entre os 3 níveis de atuação, diminuindo, desta forma, a sobrecarga para o CD atuante na alta complexidade. Na modalidade de formação proposta pelas CMOH-CROs (inicialmente elaborada pela CMOH do CRO-RJ) o aluno, ao fim de sua capacitação, estará apto a atuar no ambulatório de um serviço de Odontologia Hospitalar, em enfermarias, em UTIs, em Centros Cirúrgicos ou em qualquer dos 3 níveis de atenção, sendo capaz de entender a pertinência de suas ações em relação com o local onde o paciente é atendido, intra ou extra hospitalar. Outras vantagens que esta formação oferece são a possibilidade de certificação pelo CFO (se aprovada em futura assembléia), de padronização e de integração com a maioria das atividades médicas, sem que se necessite da regulação ou certificação de suas sociedades. A maior limitação desta proposta é a de requerer, em um primeiro momento, algumas exigências para a admissão dos alunos e a aceitação do CFO, para que se torne uma habilitação oficial. E, em um segundo momento, a aprovação do MS e MEC para que seja aceita como residência em vários estados, como já ocorre com a CTBMF. Uma desvantagem desta modalidade é a possibilidade futura de competição com os especialistas reconhecidos pelo CFO nas áreas da Medicina Oral, o que demandaria uma necessidade de reestruturação do modelo de pós-graduação vigente.

O CFO E AS ESPECIALIDADES DA ODONTOLOGIA
O CFO, oficialmente, ainda não se manifestou sobre o tema, a exceção da formação em CTBMF, onde uma residência já é aceita como modalidade de pós-graduação, bastando que cumpra as exigências das suas resoluções. Das outras especialidades já estabelecidas, recentemente tivemos notícias do reconhecimento, pelo CFO, das formações em Pacientes Especiais e DTM-Dor Orofacial (da Residência em Odontologia Hospitalar que é oferecida pelo Hospital das Clínicas da USP). O CFO, ainda não manifestou, expressamente, o desejo de que outras formações sejam feitas em formato de residência, o que penso ser bastante vantajoso no caso da “generalista e interdisciplinar” Estomatologia, por exemplo, mas desnecessário no caso de formações específicas como a Dentística Restauradora. Há ainda o problema da fragmentação que houve ao se criarem diferentes especialidades com atuações equivalentes, como é o caso do grupo “Pacientes Especiais-DTM-Dor Orofacial-Estomatologia-Odontogeriatria-Odontopediatria-Periodontia”, onde o mesmo procedimento poderá ser executado por diversos especialistas. Assim, a criação de residências nas 19 especialidades reconhecidas não parece ser a via mais lógica que favoreça a mudança dos rumos da profissão, no que concerne ao atendimento ao paciente sistemicamente comprometido, apesar do óbvio aval do órgão regulador da profissão, se isso um dia vier a ocorrer.

AS ENTIDADES ACADÊMICO-CIENTÍFICAS DA ODONTOLOGIA
As entidades acadêmicas da Odontologia (EAO) são outro grupo com estreito interesse no tema, e engloba as faculdades de Odontologia e outras entidades que, atualmente, têm o direito de oferecer pós-graduações lato e stricto sensu, com o aval do CFO e MEC. Com a modificação do modelo de formação é esperada uma grande reviravolta nas pós-graduações em Odontologia, afinal, no modelo atual cabe ao aluno a remuneração por sua formação e nas residências o aluno recebe remuneração para aprender e trabalhar, semelhante ao que ocorre na Medicina. Assim, é possível que estas entidades possam ser afetadas financeiramente se o novo modelo se impor, exigindo a adequação às exigências dos órgãos de fomento, como o MS, ou fazendo parcerias com segmentos privados. Este panorama só deverá ser afetado nas áreas onde ocorra a concorrência das residências, i.e. nas áreas da Medicina Oral, e, provavelmente, não ocorrerá nas especialidades mais específicas e não dependentes do status sistêmico, como Dentística, Ortodontia ou Endodontia. É possível que a expansão do mercado da saúde bucal para estas novas fronteiras além do consultório privado tradicional, gere a necessidade de oferta aos estudantes de Odontologia, em nível de graduação, de internatos para permitir a experimentação desta nova realidade profissional, com consequente aumento do tempo total do curso.

AS ENTIDADES DA MO-OH E A DESCENTRALIZAÇÃO
Entidades novas, de cunho interdisciplinar e com foco nas ações em pacientes com necessidades sistêmicas, como a ABRAOH e SBMO, apresentam-se como propagadoras desta nova realidade mas, por não serem oficialmente reconhecidas como sociedades reguladoras da profissão, não exercem papel normatizador no presente cenário, apesar de oferecerem propostas de crescimento institucional, científico e técnico aos CDs que delas fazem parte. Pelo caráter múltiplo do exercício profissional que a Odontologia oferece, imagino que entidades como estas, as Comissões Estaduais de MO-OH, os DOEM ou mesmo entidades representativas das especialidades odontológicas, como a Sociedade Brasileira de Estomatologia e Patologia bucal (SOBEP), a Sociedade Brasileira de Periodontia (SOBRAPE) e a Associação Brasileira de Odontologia para Pacientes Especiais (ABOPE) poderiam, em conjunto, no futuro ser designadas pelo CFO para exercerem papel normativo e regulador nas ações de interesse da Medicina Oral, de forma similar ao que ocorre na Medicina, onde as sociedades médicas conferem certificações e norteiam os rumos das respectivas áreas em parceria com o CFM.

CONCLUSÃO
Acima foram apresentadas as peças do tabuleiro para o jogo que está definindo o futuro da atenção à saúde oral dos pacientes com necessidades e peculiaridades sistêmicas nas áreas da Medicina Oral. Que as decisões sejam tomadas com base no bom senso e no desejo de servir à sociedade e ao usuário do SUS, preservando também os interesses dos esforçados profissionais que dedicam tanto do seu tempo para cuidar da saúde bucal da população.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Com brinquedos e figuras, a dentista Adriana Zink consegue driblar o difícil comportamento dos autistas

É brincando que se atende!
  
Por Marina Miranda Foto Douglas Daniel


Em um consultório simples no bairro Tucuruvi, zona norte de São Paulo, o dia mal começou e a dentista Adriana Gledys Zink se prepara para mais uma jornada de trabalho. No jaleco, o primeiro indício de que ela não é uma profissional comum. O orgulho pelo que faz está marcado em letras garrafais na cor azul em meio ao branco da roupa: Dra. Adriana - Pacientes Especiais. Seu primeiro paciente chega fazendo barulho. Dá para ouvir sua agitação na sala de espera, a alguns metros do consultório. É Lucas Ferragut Melo, 17 anos, que se consultará pela segunda vez. De repente, o jovem moreno, alto, com cabelo curtinho e semblante bem-humorado entra de supetão na sala. Seu olhar percorre o consultório à procura de algo. Verificando cada detalhe, ele segue em direção à cadeira de dentista, separada do restante do consultório por um biombo. Depois, retorna para o espaço onde Adriana mantém um computador (com fotos de pacientes), uma mesa e cadeiras, percebe o tapete colorido no chão e se anima com uma boneca Barbie loira. A empolgação é tanta que ele a pega no colo e, em vez de se direcionar para a cadeira e iniciar o tratamento, sai da sala com ela nos braços dizendo: "Vou levá-la". Rapidamente, Adriana o chama de volta e se levanta para buscá-lo. Antes, porém, me olha com um sorriso de satisfação genuíno: "Você viu que ele veio? Tinha certeza que ia procurar a boneca que ficou esperando por ele na consulta anterior".

E, assim, começa, definitivamente, mais um dia de trabalho para a dentista que se especializou em atender autistas. Para tanto, teve de desenvolver e adaptar técnicas. Com Lucas, por exemplo, ela aproveitou a predileção do garoto por bonecas para motivá-lo a voltar à próxima consulta: a boneca o esperaria para que "os dois" dessem continuidade ao tratamento. E funcionou. Lucas só largou a Barbie, depois que terminou a consulta, para colocá-la numa bancada onde ela o aguardará até a próxima visita. Adriana estava ansiosa para saber se ele procuraria o brinquedo e, ao final, o seu sorriso comprovou não só que houve o resultado esperado, mas que cada progresso de seus pacientes é também uma vitória para ela.

Formada em odontologia há 16 anos pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), Adriana tem especialização em Pacientes com Necessidades Especiais, pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (APCD). Atualmente, é professora na APCD e voluntária no Projeto Social da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, onde atende pacientes com deficiência todas as quartas-feiras gratuitamente. Ela também ministra cursos na área de condicionamento lúdico para o tratamento odontológico e preventivo; é membro do Movimento Orgulho Autista Brasil e colaboradora da Revista Autismo. Há sete anos trabalha com pacientes autistas, dos mais tranquilos aos de comportamento difícil, que não falam ou costumam bater.

Que motivos a levaram para tratar de autistas?
Foi tudo meio por acaso. Formei-me em 1994 e resolvi fazer a especialização em Pacientes com Necessidades Especiais, pela APCD, em 2003. Desde então, comecei a trabalhar aqui no consultório. Entre os pacientes especiais, o mais difícil é o autista, porque tem a questão do comportamento. Nesses sete anos foram os que mais apareceram. Foi aí que comecei a ver que precisava saber mais para atendê-los. Dentro do universo de pacientes com deficiência sabe-se pouco sobre autistas.

Como é o primeiro contato com o autista?
A primeira consulta é com os pais, e leva de uma a duas horas. Eu mostro tudo para eles, o consultório, as técnicas que uso, falo do PECS e do Son-Rise (método que visa usar as preferências e os gostos dos autistas como recurso de comunicação e aprendizagem). Eles também respondem a um questionário, no qual pego detalhes da criança, tanto da parte odontológica como pessoal: o que ela gosta, o que não gosta, se há comunicação, se fala, se fica sentado para comer, etc. Aproveito para dar dicas que ajudem no dia a dia da família e aqui no consultório. É uma troca de experiência, eles passam o problema e aqui tento adaptar para mim.

Qual método utiliza para se aproximar do paciente no primeiro contato?
É muito individual. Não tem um padrão. Por exemplo, veio um paciente que mora em Israel e está de férias aqui. A mãe me contou que o que o filho mais gosta são canudos e bolhas de sabão e que não gosta de barulho, nem de roupa branca. Então, eu o atendi com o jaleco azul. Eu anoto cada detalhe da consulta na ficha do paciente. No caso do Isaac, na primeira sessão, ele se sentou na calça da vovó (uma calça com enchimento usada por fisioterapeutas), brincou no cavalinho e com os canudos que tanto ama e me deixou passar o flúor nele no chão mesmo. Já na segunda sessão, passei a calça da vovó para a cadeira e ele se sentou. Neste paciente, uso os canudos como forma de troca. Cada vez que ele faz algo correto eu faço festa, jogo bolhas de sabão e dou os canudos.

Quando atendo crianças que já utilizam o Son-Rise, a consulta se torna mais fácil, pois elas já estão acostumadas. Agora quando não há o costume, se elas não conhecem o método, passo a utilizar e a mãe acaba usando em casa também. Eu ob- servo bastante para ver o que é melhor de se aplicar. Claro, que alguns precisam usar as faixas de contenção, mas tem de saber fazer. Se você usa as faixas e a criança não mostra resistência, não sente dor, da próxima vez que precisar fazer a contenção será mais tranquilo. Não adianta você usar a faixa e ela sofrer porque não vai querer usar da próxima vez.

Quais são as resistências mais comuns e o que fazer?
Normalmente, o autista não gosta de barulho e roupa branca, mas é muito pessoal. Alguns não gostam de pessoas novas. Essa questão do barulho é complicada porque muitos instrumentos que utilizo são barulhentos, então, condiciono a mãe a adaptar o filho ao som forte - secar o cabelo dele em casa é uma boa saída, ou colocá-lo na cozinha quando for usar o liquidificador. Essas são algumas ações simples para acostumar os filhos ao ruído.

Há crianças que, às vezes, não querem passar da porta, porque tem o novo, não sabem o que vai ser feito e algumas já sofreram, então resistem. Aí entra o Son-Rise: mostro os brinquedinhos, e tento conquistá-las. Em algumas ocasiões, aquelas que sofreram, ao ver a cadeira, já se jogam no chão, por isso o tapete exatamente ali (perto da porta). Quando isso acontece, tiro o foco da cadeira e começo a trabalhar no chão.
 
Às vezes, o trauma é dos pais. Tenho uma paciente que se chama Roberta, 37 anos, cega, e que nunca tinha ido ao dentista, ou foi quando era muito pequena. Essa jovem mordeu a bochecha da fonoaudióloga em uma sessão e a mãe ficou traumatizada. Há quatro anos trata a filha comigo. Nas primeiras sessões foi um estresse enorme, precisei contê-la com faixas, não teve jeito. Por ela ser cega, não havia contato visual nenhum, só o tato. Com o tempo percebi que a música a deixava calma. Quando eu cantava, ela se acalmava, então comprei um CD de música clássica e, quando a Roberta vem, ponho o CD e fico quietinha, não falo nada e ela fica atenta à música. Essa paciente vem a cada dois meses para o dia da faxina - como chamo -, me toca, me cheira e com a música me deixa tratá-la. Quando começa com os movimentos bruscos, demonstra inquietude, eu encerro a consulta.

Qual foi o caso que mais a emocionou?
Teve um caso de um menino com comportamento autístico. Ele chegou aqui em 2008, na época havia a epidemia de gripe suína e eu estava muito resfriada, por isso fiquei em casa. Ele chegou com o rosto inchado, estava com uma cárie enorme, chorando e chegou batendo, mordendo. O meu marido (Marcelo Diniz de Pinho) é bucomaxilofacial e não atende pessoas com deficiência, mas sabe o que faço. Então, o Marcelo ligou para mim e eu falei: "Você sabe como fazer, tenta". Do jeito que o garoto estava não teve outro jeito a não ser segurá-lo para fazer a intervenção. Na outra sessão, o paciente veio todo feliz porque a dor tinha acabado. Há uns dois meses precisou tirar um dentinho de leite. Quando ele viu a figura da anestesia no PECs, me deu um soco. Nessa hora, é necessário manter a calma e explicar que não é assim que se faz. O paciente não fala, mas percebi que queria que o Marcelo o anestesiasse porque foi ele quem o atendeu pela primeira vez. Então, o levei para o Marcelo, que fez a anestesia e eu tirei o dente. Isso foi muito legal porque prova como é importante a confiança.

Teve algum caso que sentiu que era perdido e por quê?
Caso perdido não tem. Eu também nunca desisti de um, o que acontece são pais que querem tratamento imediato e preferem a anestesia geral para terminar logo. Mas tem casos mais demorados. Tem um garoto, de 12 anos, que está comigo há três meses e ainda não consegui levá-lo para a cadeira. A mãe dele é maravilhosa, mas tem muito medo que a gente o faça sofrer e isso, às vezes, dificulta porque eu sei como é. Tenho dois filhos, você tem de confiar no profissional. Então, foram muitas sessões para ela perceber que eu não ia fazer mal ao filho. Uma vez uma mãe me contou que tinha levado a filha a uma consulta com uma gastroenterologista e a médica confidenciou: "Eu nunca atendi isso!". Como que uma mãe pode escutar algo assim se está procurando um tratamento? O que falta não é só formação, falta um pouquinho de sensibilidade, de consciência e de amor no que faz. Se você trata com amor, o retorno é enorme.

APCD - Rua Voluntários da Pátria, 547 - Santana - São Paulo 
Escola de Samba Unidos de Vila Maria - Rua Cabo João Monteiro da Rocha, 448