quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Após cirurgia, menino que não 'abria' boca recebe alta hospitalar em MS

Lucas Ortiz tinha anquilose, doença que torna rígida a articulação. Garoto vai passar por tratamento odontológico e gastrointestinal.

Lucas passou metade da vida sem 'abrir' boca
(Foto: Hélder Rafael/G1 MS)
Lucas Ortiz de Morais, 12 anos, recebeu alta neste sábado (8), da Santa Casa de Campo Grande. O menino passou seis anos sem “abrir” completamente a boca por causa de uma doença denominada anquilose, que torna mais rígida a articulação têmporo-mandibular. Durante metade da vida, Lucas teve dificuldades, alimentação e higienização. A cirurgia para reparar o problema foi na sexta-feira (7) e durou cerca de três horas.

Os cirurgiões-dentistas Everton Pancini e Frederico Garlipp vão acompanhar o caso do estudante, que agora deve passar por uma série de adaptações, como fisioterapia, tratamento odontológico e gastrointestinal. Mesmo depois de receber alta, o menino, que mora na zona rural de Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, deve permanecer um tempo na capital para a reabilitação.

Nesta sexta-feira (7), o estudante passou por três horas de cirurgia, chefiada por Pacini. Segundo os profissionais que cuidaram do caso, a mandíbula estava praticamente estava soldada ao crânio. Por causa da anquilose, o menino sofria também com o atrofiamento da musculatura bucal, maxilar e facial.

O caso
Lucas ficou internado no hospital por cerca de 10 dias e foi acompanhado pela mãe, Maria Aparecida de Morais, que também tem outros 11 filhos. Segundo a mulher, o problema de Lucas apareceu gradualmente durante a infância.

Quando Lucas ficou com a mandíbula rígida, os pais tiveram dificuldades em atender adequadamente às necessidades do filho. "A alimentação era difícil pois tinha que ser tudo batido, batatinha, carne, essas coisas. Algumas comidas ele tinha que empurrar com o dedo, mas ele comia de tudo", relata Maria Aparecida.

Lucas ainda sentia dores no rosto quando falou à reportagem do G1, mas não demonstrou dificuldades para falar: disse torcer para o Corinthians e que o primeiro alimento que sentiu vontade de comer, após a cirurgia, era pipoca. O menino, que frequenta a 7º série do ensino fundamental, relata que seus colegas zombavam do problema dele. "Tiravam sarro de mim porque eu não podia chupar pirulito", conta.

Os dentistas que cuidaram de Lucas acreditam que a anquilose tenha se desenvolvido depois de alguma queda sofrida na infância. A doença pode ser congênita, mas na maioria dos casos é adquirida por traumas ou infecções.

A Santa Casa de Campo Grande pretende tornar-se referência em cirurgias na articulação têmporo-mandibular (ATM) na região Centro-Oeste. O cirurgião-dentista Carlos Alberto Novelli Assef, do Hospital Cema (SP), veio a Campo Grande para repassar novas técnicas aos profissionais do hospital.

FONTE: G1

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