Além de desagradável sob todos os aspectos – por causar prejuízos à autoestima e nas relações interpessoais – o mau hálito pode ser sinal de que algo anda errado com o organismo.
O alerta é da ABHA (Associação Brasileira de Halitose). “Várias alterações podem causar a halitose (mau hálito), como o jejum prolongado, as dietas para emagrecimento e também os problemas de saúde importantes, como diabetes, intolerância a lactose e outras situações ainda mais graves, como o câncer, as doenças autoimunes, distúrbios renais e hepáticos, dentre outros”, enfatiza o dentista Marcos Moura, presidente da ABHA.
Por isso, é importante avisar quem está com mau hálito, para que a pessoa possa acompanhar de perto sua saúde, buscando diagnóstico precoce e tratamento adequado, de modo a evitar que certas condições piorem.
A associação mantém em seu site várias informações sobre o tema, indicações de cirurgiões dentistas de todo o Brasil habilitados para tratar de halitose, além do serviço gratuito SOS Mau Hálito – que encaminha e-mail ou carta de forma anônima, para avisar quem está com mau hálito sobre o problema, mantendo em sigilo a identidade da pessoa que solicitou o alerta.
De acordo com a ABHA, quem tem mau hálito muitas vezes não percebe a alteração, pois, quando ficamos expostos a um mesmo cheiro por algum tempo, ocorre um fenômeno fisiológico denominado a fadiga olfatória, ou seja, o nariz acostuma-se com o odor e deixa de notá-lo. Daí a importância de aviso vir de uma segunda pessoa ou de um serviço como o SOS.
Segundo a associação, o cirurgião-dentista deveria ser primeiro profissional a ser consultado nos casos hálito alterado pois, cerca de 90% de suas causas estão na boca, de acordo com várias pesquisas. “A higiene inadequada dos dentes contribui para o problema mas, diferente do que muitos pensam, não é o principal vilão. Há outras alterações na boca que, apesar de frequentemente não serem avaliadas pela maioria dos profissionais, induzem à formação do mau hálito, como a descamação da mucosa bucal, o acúmulo de saburra lingual, a presença de cáseos nas amígdalas e as alterações salivares, neste caso, saliva viscosa ou em pequena quantidade, que pode trazer a sensação de boca seca”, explica a dentista Maria Cecília Aguiar, vice-presidente da ABHA.
Cerca de 30% da população brasileira é acometida ocasionalmente ou de forma crônica pelo mau hálito, ou seja, aproximadamente 57 milhões de pessoas. “Felizmente, apenas uma pequena parcela desse contingente tem um problema de saúde mais grave por trás do mau hálito, mas é sempre importante averiguar”, enfatiza Marcos Moura.
Além disso, conforme Maria Cecília Aguiar, especialista também em Odontogeriatria, à medida que envelhecem, as pessoas vão ficando mais suscetíveis ao mau hálito: estudos apontam que a incidência de halitose na população brasileira é de 17% na faixa etária de zero a 12 anos, 41% de 12 a 65 anos, e 71% acima dos 65 anos de idade, devido a redução da função das glândulas salivares, causada principalmente pelo uso continuado de uma grande quantidade de medicamentos que reduzem a salivação e pelo hábito comum nessa faixa etária de baixa ingestão de líquidos. Vale lembrar que os líquidos são a matéria-prima principal para a formação de saliva de boa quantidade e qualidade e esta, por sua vez, para a manutenção de um hálito agradável.
Fonte: Odonto Magazine, Snifdoctor, Odontobase, Plenamulher, Gengiva Sadia (de 19.01.2012)
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