No dia 25 de outubro comemoramos o dia do cirurgião-dentista. Essa data deveria representar, pelo menos para a nossa categoria, muito além de uma simples comemoração.
Nós,  cirurgiões-dentistas, deveríamos realizar um momento de reflexão sobre  como poderíamos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos nossos  pacientes, equipe, e família. Ser cirurgião-dentista é ir além do  profissional que “tira a dor do dente”.
Ele pode ser o pesquisador  que ajudará a descobrir um marcador sanguíneo que prediga um câncer  bucal e, assim, realizar diagnósticos precoces e melhorar a expectativa  de vida da população.
Ele pode ser o profissional de saúde que irá  perceber que a senhora que está sentada em sua cadeira odontológica não  faz um exame preventivo de câncer de colo do útero há 20 anos (sim, nós  podemos ajudar na busca ativa de pacientes que fogem dos preventivos).
Ele  pode ser a pessoa com quem uma criança consegue se abrir, por confiar  demais na “tia” ou no “tio” que cuida dos seus dentes, e dar indicativos  de que algo não vai bem em casa, de que sofre algum tipo de abuso ou de  situação de maus-tratos, enfim, ele pode ajudar a reverter essa  situação.
Ele pode ser o defensor do meio ambiente que ensina para  sua equipe que desligar a água da cuspideira entre um atendimento e  outro é uma boa saída para ajudar a diminuir o uso excessivo e  irracional de água.
Ele pode ser alguém que vai deixar de lado a  sua visão odontológica da vida e de tudo, lembrando que todo ser humano é  muito mais que “uma boca que anda” e ouvindo o seu paciente ou colega  de trabalho, confortando-o em um momento difícil.
Ele pode ser o  aventureiro que desvenda o Brasil em cima de uma embarcação adaptada  para levar um pouco de saúde para comunidades ribeirinhas do norte do  nosso país.
Ele pode ser o ator social que ajuda a tirar crianças e  adolescentes de situações de risco, ensinando aos pequenos um ofício,  ou simplesmente apresentando para essas crianças um pouco de música, de  teatro, de arte e de cinema.
Ele pode descobrir que aquele  paciente idoso não vê a família há muitos anos e se dispor a escrever  uma carta para seus parentes (esse idoso não sabe ler, mas conta  histórias como ninguém!), levando e trazendo esperança e notícias de  longe para alguém.
Cada um dos exemplos dados nesse texto foi  tirado de uma lembrança de um colega cirurgião-dentista que entende que  seu papel vai muito além da odontologia.
Sendo assim, só quero  aproveitar para dizer que ser dentista é ser ético, ter postura, ser  humano e ter consciência de que é um profissional da saúde, que deve ter  o cuidado de agir de forma a tornar o seu mundo e de seu paciente um  lugar melhor para se viver!
Dra. Danielle Palacio
  Cirurgiã-Dentista. Interlocutora de Saúde Bucal do Instituto Israelita  de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira  Albert Einstein. Especialista em Saúde Coletiva. Mestranda em Saúde  Coletiva. Coordenadora do módulo de Saúde Bucal da Especialização em  Saúde da Família e Comunidade do Instituto Israelita de Ensino e  Pesquisa do Hospital Albert Einstein. Docente da Equipe Biológica.
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