Frequency of Oral Mucositis and Microbiological Analysis in Children with Acute Lymphoblastic Leukemia Treated with 0.12% Chlorhexidine Gluconate (Frequência de mucosite oral e análise microbiológica em crianças com leucemia linfoblástica aguda tratadas com gluconato de clorexidina 0,12%). Braz. Dent. J., v.22, n.4, pp. 312-16 2011,
Tendo em vista o potencial de morbidade das complicações orais em pacientes com leucemia, este estudo avaliou as alterações clínicas e microbiológicas que ocorrem na mucosa bucal de crianças com leucemia linfoblástica aguda (LLA), submetidas à quimioterapia antineoplásica e administração profilática do gluconato de clorexidina 0,12%. A amostra foi constituída de 17 crianças de 2 a 12 anos, as quais foram submetidas a exame clínico da mucosa oral para a detecção de lesões bucais. Além disso, foi coletado material biológico das mucosas labial e jugal para análises microbiológicas. A mucosite oral foi observada em apenas 5 (29,4%) pacientes. A análise microbiológica revelou a presença de um número reduzido de microorganismos potencialmente patogênicos, como estafilococos coagulase-negativos (47%), Candida albicans (35,3%), Klebsiella pneumoniae (5,9%), Escherichia coli enteropatogênica (5,9%) e Stenotrophomonas maltophilia (5,9%). Pacientes com mucosite oral apresentaram uma maior freqüência de estafilococos coagulase-negativos (80%) quando comparados aos pacientes que exibiam mucosa oral normal (33,3%). Em conclusão, os resultados do presente estudo sugerem que o uso profilático do gluconato de clorexidina 0,12% reduz a freqüência de mucosite oral e de patógenos orais em crianças com LLA. Além disso, os presentes achados sugerem uma possível relação entre estafilococos coagulase-negativos e o desenvolvimento de mucosite oral. Key Words: acute lymphoblastic leukemia, children, chlorhexidine, mucositis, oral microbiota.
Nós que atuamos na área devemos ter em mente que um grande grupo de pacientes desenvolvem reações ao tratamento oncológico sem uma explicação clara para a gravidade do quadro. Artigos estão levantando a hipótese que um componente genético seja responsável por tais casos. Desta forma, alterações em genes de reparo de DNA podem interferir com risco de complicações. Assim, estudos genéticos permitiriam identificar perfis genéticos de pacientes associado com um risco aumentado ou reduzido de complicações advindas da terapia oncológica. Neste sentido, poderia ser possível o desenvolvimento de esquemas de tratamento individualizados, melhorando assim a eficácia da terapia.
ResponderExcluirEnviamos um projeto de pesquisa sobre o tema ao CNPQ, esperamos que seja aprovado.
Filipe Silva Leite.
olá Filipe
ResponderExcluirEspero também que dê certo essa questão de seu projeto.
Isso da clorexidina é uma discussão antiga entre colegas, uma vez que artigos e pesquisas algumas vezes indicam, enquanto outras contra-indicam o uso em pacientes passando por terapia antineoplásica.
O mais duro disso tudo é que essas duas vertentes - indicar ou contra-indicar - têm metodologias bem delineadas, tratamentos estatísticos aparentemente adequados, enfim...
FICA O DILEMA: QUE CONDUTA ADOTAR NA PRÁTICA CLÍNICA BASEADA EM BOAS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS?
Olá...
ResponderExcluirAcho que um dos caminhos a seguir é pensando na pergunta:
Será que os riscos de se usar o bochecho com clorexidina (alteração do paladar, manchamento dental, entre outros) supera os benefícios (Evitando a mucosite)?
Não devemos esquecer que muitas vezes, a realidade social e econômica dos pacientes que participam dessas pesquisas é diferente dos pacientes daqui. Pacientes já chegam desnutridos, não tem uma defesa sistêmica adequada, ficando difícil extrapolar resultados de pesquisas para prática clínica diária.
E por mais que estatisticamente, algumas pesquisas não aconselhem o uso, se um caso de mucosite aconteça com você, e este paciente venha a óbito (grau 5, Common Terminology Criteria for Adverse Events v3.0 ,CTCAE), a incidência se torna 100% pra você. INFELIZMENTE, não penso duas vezes em prescrever para o paciente. Melhor pecar por excesso, ainda mais quando se trabalha com um grande número de casos, sem que você tenha um controle adequado do paciente.
De qualquer forma, temos que sempre estar estudando, participando de pesquisas e aplicando-as da melhor maneira possível.
Abraços.
Espero poder contar com a palestra do dr Gláucio de Moraes para breve, ele pode falar com propriedade dos dois lados da clorexidina, inclusive na questão de piorar o quadro de mucosite. Pois é, muitos artigos indicam a clorexidina apenas na profilaxia, como citou o artigo acima, mas defendem que a mesma deve ser suspensa com o surgimento da mucosite. Muito contente com a discussão... é isso aí!
ResponderExcluirFilipe, que tal uma revisão sobre o tema do seu projeto nos encontros do grupo?
Abraços
Olá boa noite. Pode ser. Só tenho que ver com
ResponderExcluirminha orientadora ok? Em anexo,o link de uma
revisão de literatura que publicamos sobre
mucopolissaridose.
http://www.ufpe.br/ijd/index.php/exemplo/article/view/316/275