Dr. Luis Marcelo Seneda,
Dentista do Centro de Oncologia do HSL
Dentista do Centro de Oncologia do HSL
FONTE: Hospital Sírio Libanês, página 4
O termo “laser” vem do acrônimo Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, ou seja, amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. O primeiro equipamento laser foi desenvolvido em 1960. A partir de então, outros tipos de lasers foram sendo criados, com diferentes comprimentos de onda no espectro eletromagnético.
Na área médica são utilizados dois tipos de lasers: os de alta intensidade (que emitem calor) e os de baixa intensidade (sem emissão de calor).
A tecnologia do laser tem sido considerada um avanço na Medicina e na Odontologia. Na Odotologia é usada em diferentes especialidades, como a cirurgia bucal, endodontia (tratamento de canal), periodontia (tratamento de doenças da gengiva) e dentística restauradora, entre outras.
Os lasers de baixa intensidade são classificados de acordo com a emissão de comprimentos de onda em: visível (vermelho) e infravermelho. Ambos possuem a capacidade de penetração no tecido biológico, desencadeando uma resposta biológica (biomodulação).
Sabe-se hoje que a laserterapia tem seu maior potencial de contribuição no alívio da dor, na redução do processo inflamatório e na reparação de tecidos. Clinicamente esses efeitos são manifestados nas seguintes formas:
- Alívio da dor: quando o laser é aplicado numa região onde exista dano celular, no local da aplicação ocorre liberação de endorfina, um analgésico produzido pelo próprio organismo que proporciona alívio da dor (modulação)
- Redução da inflamação: em todo processo inflamatório há toxinas pró-inflamatórias que causam aumento da inflamação local. Ao se aplicar o laser em uma área inflamada, a liberação dessas toxinas é inibida, reduzindo-se o processo inflamatório
- Aceleração da cicatrização: regiões com alterações no tecido – uma úlcera, por exemplo – têm seu processo de reparação acelerado ao receber uma aplicação de laser, encurtando o tempo de cicatrização
Diversos estudos mostram que a terapia com luz laser em baixa intensidade tem efeitos mais pronunciados sobre órgãos ou tecidos enfraquecidos. Acredita-se, portanto, que a energia da luz é mais bem aproveitada justamente onde é mais necessária.
Os conhecimentos acumulados ao longo dos anos, demonstrando a efetividade do laser como modulador da dor, auxiliar na redução da inflamação e na aceleração da cicatrização, determinaram que esta forma de tratamento fosse incorporada também ao controle da mucosite bucal.
A mucosite bucal é uma inflamação na mucosa da boca, complicação comum no tratamento do câncer, onde são empregadas a quimioterapia e a radioterapia.
No Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, o acompanhamento e a prevenção desse efeito colateral é realizado no Departamento de Medicina Bucal.
Logo no início do tratamento, os pacientes são orientados em relação à importância de manter um ótimo padrão de higiene bucal para prevenir a mucosite. Além disso, eles contam com o recurso da laserterapia para prevenção e controle das lesões da mucosa.
A laserterapia de baixa intensidade tem mostrado bons resultados na prevenção e controle local da mucosite, sendo capaz de reduzir a dor e o processo inflamatório dos tecidos bucais.
A aplicação do laser é um procedimento seguro e eficiente, não causando desconforto para o paciente.
O departamento de Medicina Bucal do HSL tem utilzado laserterapia na prevenção e tratamento de mucosite bucal em pacientes submetidos a transplante de medula óssea ou a altas doses de quimioterapia, que vem demonstrando boa tolerância ao tratamento.
A laserterapia proporciona alívio imediato da dor e redução do grau (severidade) de mucosite bucal, determinando uma melhora significativa na qualidade de vida desses pacientes.
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